Maria Cerqueira Gomes do Porto Canal - Entrevista do mês de dezembro

Clube Entrevista...

   

Maria Cerqueira Gomes, apresentadora do programa Porto Alive do Porto Canal é a nossa convidada do mês de dezembro. Nasceu e cresceu no Porto (Foz do Douro) cidade onde atualmente trabalha. No perímetro desta conversa revela-nos a paixão por tudo o que faz, sempre com uma métrica bem centrada na sua profissão otimizada ao pormenor. Noutros quadrantes fala-nos dos seus tempos tangentes à escola e das secantes à matemática, não esquecendo outras prioridades familiares que estão no seu horário nobre. Esta é a geometria da entrevista com a Maria Cerqueira Gomes. Fica aqui a entrevista que vai direto a si nesta fatorização...

Nasceu em Porto. Quer nos “apresentar” a sua infância? 
Nasci no Porto, na mesma zona onde ainda vivo atualmente, na Foz do Douro - Nevolgilde. Foi uma infância muito comum a muitas outras, muito ligada à família, com a proximidade típica da nossa cidade, numa relação especial entre a escola e a minha casa, sempre vivido num meio muito familiar. Tive boas experiências, boas escolas, bons professores e uma família que sempre me apoiou. 

Um clipping da Maria com 10 anos de idade na escola... 
Curiosamente foi uma idade complicada. Foi quando os meus pais se separaram. Tive de ir para Inglaterra durante um mês, sozinha, para uma escola no verão. Foi das experiências que mais me marcou. Era muito jovem, falava um pouco de inglês. O meu pai decidiu mandar-me para o seio de uma família de ingleses e, foi um momento marcante que teve uma influência decisiva na pessoa que sou hoje. Foi um desafio interessante  que faz com que hoje goste de arriscar um pouco. 

A matemática na escola via-a em que canal? 
Em canal de satélite. A frequência não era totalmente perfeita, ia abaixo de vez em quando, mas motivada pela educação que tive por parte dos meus pais obrigaram-me a trabalhar e a estudar de forma a atingir resultados. Nunca ouvi o meu pai afirmar que tinha dificuldades a matemática, apesar de ser uma pessoa toda virada para as letras. Acho que esse é o princípio para que uma criança não crie problemas em relação á disciplina. Nunca disse à minha filha que a matemática era difícil ou que tive dificuldades, para que ela não criasse uma barreira em relação a uma disciplina tão importante. 

Mais tarde, a matemática do Liceu foi... 
Quando cheguei ao Garcia, deparei-me com uma professora de matemática que tinha uma fama enorme de ser muito exigente. Era uma professora que ninguém queria ter. De bata branca, muito séria, mas que ensinava matemática como ninguém. Era a professora Romariz. Era um pânico geral quando ela nos chamava ao quadro. Lembro-me da primeira nota, 5 vírgula tal valores, que terá sido a média de toda a turma nesse teste. Mas depois,  fomos todos a exame e correu tudo muito bem. Estávamos todos bem preparados. Os pais  têm de estar sempre muito atentos, muitas vezes os filhos passam, mas existem regras básicas que as crianças têm de aprender bem de base na disciplina de matemática. Senão não evoluem. 

Um momento que a matemática na escola tenha sido notícia..um furo jornalístico. 
Positivamente, foi, provavelmente, quando tive a primeira positiva com a professora Ramariz. Foi uma felicidade quando dei a notícia ao meu pai. Pela negativa, foi esse primeiro teste, o 5 vírgula tal, também com a professora Romariz. 

Acha que a sua filha Francisca terá boas soluções para a matemática? 
Cada vez mais tento dar-lhe ferramentas para  que ela perante os problemas arranje as melhores soluções. Sempre teve boas notas, até que surgiu um sinal de alerta com um suficiente a matemática na 3ª classe. Ela habituo-me a ter sempre muitos bons. Foi um choque. A primeira medida foi dar-lhe apoio para ela não perder o caminho positivo conseguido até aí. O meu irmão começou a apoiá-la. Dou-lhe um exemplo interessante, quando fomos à Euro-Disney, na viagem de avião, íamos a fazer exercícios de matemática. No teste a seguir tirou de novo um muito bom. A alegria dela envolveu toda a família como se tratasse de uma equipa. Recebeu mensagens do avô e da avó, telefonemas do padrinho e madrinha, encheu-a de orgulho. Foi um momento importante ter essa recompensa, uma vez que ela percebeu que vale a pena estudar. 

É licenciada em Gestão de Marketing. Qual a importância desta formação na sua vida? 
Foi muito importante esta formação. O marketing tem muitas formas de atuar, uma delas é o ser relações públicas. Acaba por ser importante no meu dia-a-dia. Relaciono-me com pessoas, muitas vezes tenho de num curto espaço de tempo retirar o melhor delas. Existem pessoas que entram no estúdio para serem entrevistadas e bloqueiam, pela ansiedade. Tento ajudá-las a combater essa ansiedade. O marketing tem muitas outras áreas que nos ajudam a ter a melhor forma de estar na vida. 

Desde quando e como surgiu a paixão pela televisão? 
Desde muito nova que tinha uma atração especial por este meio, mas por outro lado, nunca achei possível que pudesse ter esta profissão. Depois fui mãe muito cedo, aos 19 anos, o que não ajudou. Mais tarde, decidi fazer um casting e consegui ser escolhida. Foi uma boa oportunidade. Foi ouro sobre azul. 

E a moda? 
Foi um hobby. Acompanho blogs, vou ao Portugal Fashion...mas na altura foi apenas um momento que passou rápido. 

O Porto Alive vai em directo ao... 
...encontro das pessoas, e cada vez mais perto das pessoas do norte do país. Esse é o nosso grande objetivo, não só do programa Porto Alive, mas do canal. O programa faz parte dessa estratégia. Sofreu algumas alterações boas no início de novembro motivada pela mudança de grelha, mas o objetivo é estarmos mais próximos de das pessoas. 

Uma imagem de um dia da Maria... 
De manhã vou ao ginásio para manter a forma porque a televisão não perdoa. As polegadas da televisão, o 4x3 ou o 16x9 criam uma imagem deformada da pessoa. Logo tento ter o máximo cuidado de me manter na melhor forma física. As pessoas quando me vêm na rua dizem que sou mais magra do que na televisão. Ainda, durante a manhã, falo muito com a produção sobre o que faz sentido ou não fazer no programa. No início da tarde, chego ao Porto Canal para preparar o programa do dia ao pormenor, faço maquilhagem, preparo-me bem para fazer o direto. Essa é a parte que me dá mais prazer. Aquela hora e meia é muito boa. Gosto da adrenalina do direto. Mentalmente funciono muito melhor a fazer o programa em direto do que gravado. 

Fazer televisão é o seu Porto, é o Canal que está sintonizada? 
Sempre. Cada vez mais. Tirei o curso de marketing, adorei o curso e fiz o estágio aqui no Porto Canal, na área da publicidade. A televisão e o Porto Canal tem conquistado terreno em relação ao marketing. 

Mário Cláudio no livro «Meu Porto»:"Não há cidade como o Porto que não permaneça página em branco ao cabo de linhas e linhas escritas. Cercam-no de histórias e de roteiros, de romances e de crónicas, de poemas e de ensaios, de reportagem e de antologias…” Bem poderia ser o Porto Alive? 
Acho que sim. Apenas acrescentava aqui as pessoas da cidade. É uma cidade bonita, mas cidades bonitas existem muitas. Temos de valorizar as pessoas. Uma das carateristicas que tornam a cidade única são as pessoas que aqui  vivem, cresceram, que têm uma forma de estar na vida muito diferente. Por norma as pessoas do Porto são pessoas especiais.

Publicado/editado: 30/11/2012