Cláudia Viana - Jornalista da RTP entrevistada julho 2014

Clube Entrevista

Foto de Nuno Moreira Fotografia

A nossa entrevistada é Cláudia Viana, jornalista da RTP. Em tom de reportagem, sempre em horário nobre temos as melhores imagens da infância, da escola, da matemática, do jornalismo e, claro da importância da família. Esta é a geometria da entrevista com a Cláudia Viana que vai em direto a si nesta fatorização...

Uma reportagem da sua infância seria… 
Seria “O Mundo aos olhos de uma Criança”. Pela inocência, pela esperança de um universo melhor, pela capacidade de simplificar as coisas difíceis, pelos sonhos e pela vontade de voar bem alto e ver o mundo lá de cima!!

Que momentos guarda da escola com 10 anos de idade? 
Guardo momentos de felicidade num Tempo em que havia tempo para saltar, brincar…ser criança, além de estudar. Hoje, infelizmente, cresce-se cedo demais. 

A Matemática na escola era sintonizada em que canal? 
Era sintonizada na RTP, com o “Avô Cantigas”. Somavam-se histórias e canções e o resultado era “Alegria na Praça”, que acabou. Depois, o “Verão Azul”, onde tudo virou cinzento, com os números.   

Recorda algum momento em que a Matemática a tenha marcado? 
Não tive a sorte de conhecer bons professores de matemática. Tudo era cinzento, sem motivação. Os números limitavam a criatividade e os voos que as letras permitiam. Dois mais dois são quatro e ponto final parágrafo! 

Como acompanha a matemática do seu filho, enquanto encarregada de educação?
Voltei a estudar matemática. Tento estar à altura das exigências do ensino, hoje. Garanto que esclareço qualquer dúvida ao meu filho, mas admito que dou por mim a comprar livros na Fnac e a fazer exercícios para o acompanhar, sempre!

Foto de Nuno Moreira Fotografia

Imagine um dia o seu filho chegar a casa e dizer que não gosta de matemática. Que medidas tomava?
Já aconteceu num dia em que correu mal um exercício na aula, apesar de tirar sempre excelente. Desvalorizei. Há momentos bons, outros menos bons, mas que não justifica desistirmos ou deixarmos de gostar. Tento sempre motivá-lo em tudo. Invento brincadeiras com números e contas. Acha piada e, muitas vezes, é ele a propor os jogos com números. Cálculo mental, para testar a mãe, é da praxe.

Ser jornalista da RTP é...  
É um desafio. Há limites, como nos números, enquanto serviço público. Cabe aos jornalistas ultrapassar “os zeros” e aí o limite pode ser  infinito. 

Desde quando fazer televisão deixou de ser uma incógnita para ser a melhor das soluções? 
Desde que encarei o jornalismo como uma espécie de “missão”. O poder de ajudar a “mudar” o mundo, denunciar o mal para tentar o bem, sacudir consciências, encontrar soluções para tantos problemas na área social. Já aconteceu conseguir tirar da rua uma jovem marroquina, doente, vítima de abusos vários. Essa é a maior recompensa que um jornalista pode ter!   

O acesso a sondagens e estatísticas ajudam a melhorar o trabalho diário de um jornalista? 
Ajudam no sentido de fundamentar a notícia, mas tudo depende da interpretação e da abordagem dos números.

Fazer uma reportagem sobre matemática é...
É perceber que, afinal, a matemática está em tudo e que não vivemos sem ela.

 

O poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare
 referiu que ”deixei de gostar da Matemática, depois que “x” deixou de ser sinal de multiplicação”. Um comentário?
Assino. O mundo vive hoje com base na divisão e cheio de incógnitas. E na vida é sempre bom multiplicar para chegar ao bom resultado, sem pontos de interrogação!

O matemático Alfred Rényi disse um dia que "quando estou infeliz trabalho matemática para ficar feliz. Quando estou feliz, trabalho matemática para me manter feliz". O que faz para ser feliz?
Escrevo, pinto, ouço música e crio com o meu filho “universos mágicos”, onde cabem os sonhos e os voos (à semelhança de Fernão Capelo Gaivota)! Tento fazer tudo com paixão, amor! Só assim consigo ser feliz.

Por Carlos Marinho

Publicado/editado: 01/07/2014