Episódio I por José Carlos Santos - Dia 1
Leia aqui.
Episódio II por José Veiga de Faria - Dia 6
Por breves instantes passou por um misto de estranheza e receio. Seria isto obra de uma organização oculta que resolveu brincar com ele com objetivos desconhecidos, teria passado para um universo paralelo, um daqueles de que falavam os físicos teóricos e que tinha visto referido num livro de divulgação, ou já não podia confiar na sua mente? Sentiu-se tonto e sentou-se na berma do passeio para acalmar e avaliar a situação. Respirou fundo, fez um esforço para se concentrar e, de repente, surgiu-lhe, de forma risonha e fulgurante, a solução: Rita a sua brilhante, viva e irrequieta filha mais nova de dezassete anos. Desde sempre adorara pregar partidas que deixassem as pessoas com uma sensação de irrealidade. Eram às dezenas. Eles viviam nos arredores da Guarda e a sua casa tinha um quintal que pegava com dois quintais vizinhos. Um deles pertencia a uma família sem filhos que se tratava bem e a outra a uma família remediada com muitos filhos. Ora no Verão era hábito deixarem as portas das cozinhas abertas para o quintal. Pois a Rita uma vez trocou o grande peru a cozer no forno de um dos vizinhos com o frango que estava a ser preparado na cozinha do outro e ficou à espreita para se divertir à grande quando uma das cozinheiras saiu para o quintal esbaforida de vassoura em punho enquanto a outra gritava com os braços para o céu: milagre, milagre!
Agora ela queria a carta de condução e, por andar assoberbado de trabalho, ainda não tinha falado com ela a sério sobre o assunto apesar das suas insistências.
Episódio III por Paulo Correia - Dia 11
Episódio IV por Sílvio Gama - Dia 16
Episódio V por Carlos Marinho - Dia 21
Episódio VI por Gonçalo F. Gouveia - Dia 26
FIM