Episódio I por Sílvio Gama - Dia 1
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Episódio II por Carlos Marinho - Dia 6
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Episódio III por Gonçalo F. Gouveia - Dia 11
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Episódio IV por José Carlos Santos - Dia 16
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Episódio V por José Veiga de Faria - Dia 21
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Episódio VI por Paulo Correia - Dia 26
O dia foi demasiado exigente…
Acordei só no dia seguinte, já na casa de repouso. Extraordinariamente lembrava-me de tudo - do autocarro, do motorista, do polícia, até da senhora gorda. Mal conseguia lidar com a consciência e a memória nítida a que já não estava acostumado.
A Luísa, a minha mulher, sempre dedicada nas visitas, falou-me da família e dos amigos, quase como se a minha falta de memória não fizesse diferença e as frequentes perdas de contacto com a realidade não se notassem. Em vários momentos temporários de memória tinha decidido que iria fazer uma surpresa para prestar homenagem à pessoa, e à coragem da minha sogra por voltar a casar aos 80.
Tinha planejado a surpresa, fiz anotações meticulosas do dia e da hora, dos procedimentos e trajeto até ao local em que queria estar. Guardei vários pedaços de papel com indicações para me conduzir a mim próprio até à Praça do Comércio.
Aproveitando a lucidez para avaliar a execução do plano e fiquei bastante satisfeito… só a parte da roupa não tinha sido prevista com o cuidado devido. Escrevi tudo para conseguir explicar os detalhes à Luísa na próxima visita. Só restou um detalhe que não consegui compreender, por isso foi até ao jardim e perguntei ao Artur, um companheiro nesta instituição e nesta condição — Então Artur… lembras-te onde estiveste ontem? O que fazias tu, tão mal disposto, a conduzir um autocarro?
FIM
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