Linhas e Pontos por Carlos Marinho

Clube de Matemática SPM - Eixos de Opinião fevereiro de 2017



 

Este espaço vai ser dedicado a aspectos simples da vida em contexto real, em que a matemática pode entrar como elemento surpresa. Em síntese, estas "linhas" terão como base "pontos" comuns da nossa vida, em que a objectividade da Matemática pode fazer compreender alguns "problemas" que vão surgindo em contexto real. Como afirmou Pitágoras, "Todas as coisas são números". Nesta rubrica tudo cabe... até a matemática.                              

   

Carlos Marinho -  Professor de Matemática                                



Linhas e Pontos por Carlos Marinho - A máquina a deitar fumo...

Clube de Matemática SPM - Eixos de Opinião fevereiro de 2017 

 

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Título: A máquina a deitar fumo...


Um dia um homem questionou um teólogo muito respeitado perguntando-lhe: 

- Mestre, quando se reza pode-se fumar?


A resposta não se fez esperar, num tom duro e indómito o teólogo respondeu:
- Claro que não. Claro que não se pode fumar!


Volvidos alguns instantes o teólogo com maior serenidade e sabedoria referiu: 
- Mas quando se está a fumar pode-se rezar...


Esta história faz-me lembrar a relação entre o cálculo mental e a máquina de calcular. Quando se aprende o cálculo mental pode-se usar a máquina de calcular? Não! Se um aluno perguntar a um professor responsável quando aprende a tabuada se pode usar a máquina de calcular, a resposta deverá ser negativa. Bem, se a pergunta for feita no sistema de ensino americano é provável que a resposta seja positiva. Isso mesmo relata o matemático de origem russa Andrei Toom quando foi trabalhar para os EUA. Ele recorda a sua história pessoal numa altura que a filha de 12 anos entrou para escola americana. Uma das suas primeiras surpresas foi que o professor da filha tentou impingir uma máquina de calcular a todos os alunos para efetuarem todos os cálculos, incluindo os mais simples. Os cálculos mentais a papel e lápis eram considerados obsoletos e provincianos. Andrei Toom adianta que “eu e a minha mulher com a nossa mentalidade russa, acreditávamos que os cálculos mentais com papel e lápis eram essenciais para um desenvolvimento saudável”. 


E em Portugal em que acreditamos? 


Publicado/editado: 10/02/2017