Título: A App Mimi
Episódio I por Sílvio Gama - Dia 1
O Zé Maria não cabia em si de contente. Graças àqueles longos 27 meses e meio de trabalho e mais de 30 mil linhas de código em java, perl, python, prolog e kotlin acabava de nascer a App Mimi.
Após instalação em qualquer smartphone, Mimi é capaz de recolher toda a informação possível de se obter da net, devidamente documentada com os links das fontes, bastando, para isso, escrever somente o nome da pessoa alvo e algumas palavras-chave sobre o que se pretende saber.
- Hum..., pensa Zé Maria em voz alta, o que é que obterei escrevendo
> &Trump#3#clima+alterações+Moscovo#&search...
Episódio II por Carlos Marinho - Dia 6
Quando estava para clicar na tecla Enter, o seu gato Mimi aburguesado, felpudo e pesado que nem chumbo passou por cima da sua mesa de trabalho virando a caneca de chocolate quente por cima do seu valioso e único computador.
Nos instantes seguintes não sabia se devia limpar os estragos, com aquele liquido viscoso a entrar por entre as teclas brancas, se devia perseguir o seu adorado gato ou se devia chorar pelo leite derramado...
Episódio III por Gonçalo F. Gouveia - Dia 11
O ecrã do computador tomou a decisão por ele: num ritmo vertiginoso debitava colunas intermináveis de dados, cintilando ao ritmo hipnótico de uma avalancha de nomes, números, gráficos, esquemas e imagens. Quando aquele jorro bíblico de informação finalmente cessou, o quarto levou algum tempo a parar de girar dentro na cabeça de Zé Maria e o gato de girar enlouquecido pelo quarto. O informático arriscou-se a olhar mais perto os dados agora plasmados por todo o ecrã. Assombrado, percebeu instantaneamente para o que estava a olhar: a sua app perfurara a firewall da CIA de um só golpe, e levara-o direito ao coração do arquivo principal.
Episódio IV por José Carlos Pereira - Dia 16
Foi invadido por um misto de surpresa e de medo!
O código que escrevera não era suposto fazer aquilo. É um código intricado, mas totalmente inocente, cujo objectivo era apenas o de simplificar a vida dos internautas. Daí a surpresa.
O medo que sentia resumia-se numa sigla: CIA! Quando descobrissem que o seu sistema tinha sido penetrado, mesmo que de forma inadvertida, iriam investigar e iriam descobri-lo.
O que fazer? Eliminar o código? Mudar de casa, de país? Não estava a conseguir pensar naquele momento.
“Mimi, o que foste fazer seu destravado?!”
De repente Zé Maria vê o seu gato a eriçar o seu pêlo e arreganhar os dentes. Alguns segundos depois alguém bate com força à porta do seu pequeno apartamento.
Episódio V por José Carlos Santos - Dia 21
O Zé Maria ficou sem saber o que fazer. Mas acalmou o suficiente para pensar que não era fisicamente possível já ser alguém enviado pela CIA a bater-lhe à porta. Foi ver quem era (após ter ouvido mais umas quantas pancadas fortes na porta) e era somente o administrador do condomínio que lhe vinha falar de um problema ligado ao elevador do prédio. O Zé Maria, sem conseguir concentrar-se no que ouvia, foi dizendo que sim a tudo a, assim que conseguiu, fechou a porta a voltou para junto do computador.
E o que é que este mostrava? Bom, o Zé Maria tinha feito uma busca que envolvia as palavras Trump e Moscovo. E agora estava a ver à frente dos seus olhos o material em posse da CIA relativo a este assunto. E que material! Mas que é que havia de fazer? Não duvidava de que iria ser apanhado. Só que ainda havia tempo de enviar os documentos, filmes e gravações audio a alguém. Mas a quem?
Episódio VI por José Veiga de Faria - Dia 26
FIM