Linhas e Pontos por Carlos Marinho




 

Este espaço vai ser dedicado a aspectos simples da vida em contexto real, em que a matemática pode entrar como elemento surpresa. Em síntese, estas "linhas" terão como base "pontos" comuns da nossa vida, em que a objectividade da Matemática pode fazer compreender alguns "problemas" que vão surgindo em contexto real. Como afirmou Pitágoras, "Todas as coisas são números". Nesta rubrica tudo cabe... até a matemática. 

   

Carlos Marinho -  Coordenador do Clube da Matemática da Sociedade Portuguesa de Matemática



Título: A matemática do Estrumpfe Chefe


O futebol e a matemática têm muito em comum. O desporto mais amado no planeta tem na sua base esta ciência. Muitos são os proveitos do futebol relativamente à matemática desde a estatística, a geometria, até aos mais simples cálculos aritméticos. O que seria do jogo da bola se a vitória não valesse 3 pontos, ou os desenhos geométricos no relvado (circunferência, rectângulos, quadrados...) não existissem ou, se a bola em vez de uma esfera fosse um cubo. Até a forma como o Cristiano Ronaldo se coloca nas marcações dos livres tem a ver com a geometria. A geometria faz com que possamos adquirir o hábito de raciocinar, e esse hábito pode ser empregado, então, na pesquisa da verdade e ajudar-nos na vida (Bernoulli). Tudo é matemática. O futebol joga-se em todo o planeta tal como a matemática é ensinada a uma escala mundial. Galileu Galilei afirmou que “o universo é um livro aberto aos nossos olhos onde a sua linguagem é a matemática”.


Uma aula de matemática e um jogo de futebol  têm o mesmo tempo de duração, 90 minutos. Um jogo de futebol tem um intervalo de 15 minutos, a aula não. Numa aula de matemática tal como no futebol também existe espectáculo de boa qualidade ou não. Depende dos protagonistas. Fazem-se muitos exercícios. Bem, o campo é um pouco mais pequeno. A sala terá pouco mais de 60 metros quadrados. Também não tem espectadores nem transmissão directa. Bem não é bem assim, nas salas temos muitos elementos das claques de futebol a aprender matemática...com um comportamento difícil. Acabam por contagiar outros alunos. Aí, o professor tem de actuar. Resolve muitos problemas.


Lembro-me em criança de usar a terminologia “és mesmo estrumpfe” quando por exemplo falhávamos um golo, sendo demasiados bondosos para o guarda-redes contrário. Estas personagens criadas pelo ilustrador belga Peyo apareceram pela primeira vez em 1958. São boas, trabalhadoras e pequenas criaturas azuis semelhantes a duendes, que viviam em casinhas em forma de cogumelo, numa aldeia escondida no meio da floresta. Um dia o estrumpfe preguiçoso foi mordido pela mosca TZZ. Ficou roxo, não de inveja, mas de uma fúria fora do normal. Por onde ele passava, mordia. Mesmo o estrumpfe mais bondoso e calado tornava-se um terror. Como resolver? Na banda desenhada tudo acaba bem, apareceu o estrumpfe chefe que disse: Basta, eu resolvo o problema…e, resolveu. A paz voltou à aldeia.


Boas férias.



Publicado/editado: 10/07/2011