Linhas e Pontos por Carlos Marinho

Clube de Matemática SPM - Eixos de Opinião novembro de 2015



 

Este espaço vai ser dedicado a aspectos simples da vida em contexto real, em que a matemática pode entrar como elemento surpresa. Em síntese, estas "linhas" terão como base "pontos" comuns da nossa vida, em que a objectividade da Matemática pode fazer compreender alguns "problemas" que vão surgindo em contexto real. Como afirmou Pitágoras, "Todas as coisas são números". Nesta rubrica tudo cabe... até a matemática.                 

   

Carlos Marinho -  Professor de Matemática                   



Linhas e Pontos por Carlos Marinho - Aldeia Global...

Clube de Matemática SPM - Eixos de Opinião novembro de 2015 

 

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Título:  Aldeia Global...


A população do planeta Terra foi estimada em 7 mil milhões de pessoas em 31 de outubro de 2011, um número com tendência a crescer. Estima-se que daqui a 11 anos, em 2026, sejamos 8 mil milhões e, já agora em 2070, 10 mil milhões. 

O matemático argentino Adrián Paenza propõe que façamos o seguinte exercício, o de encolher a população da Terra até atingir a dimensão de uma aldeia global de exatamente 100 pessoas, conservando todas as proporções humanas existentes no globo terrestre, o resultado seria mais ou menos o seguinte: 

 
- Haveria 57 asiáticos, 21 europeus, 14 americanos e 8 africanos;
- 70 não seriam brancos e 30 brancos;
- 70 não cristãos e 30 cristãos;
- 50% da riqueza de todo o planeta estaria nas mãos de 6 pessoas, todas elas cidadãos dos Estados Unidos;
- 70 pessoas seriam analfabetos;
- 50 sofreriam de subnutrição;
- 80 habitariam casas de construção débil ou precária;
- Só uma nestas 100 pessoas teria educação de nível universitário.

Nós que vivemos em países desenvolvidos, podemos à primeira vista estranhar os dados supracitados, que foram descritos numa publicação das Nações Unidas datada de 10 de agosto de 1996, com menos de 2 décadas. Existem nestes resultados algo de inquietante e inusitado, contudo devem ser objeto de estudo e reflexão.

Num momento em que milhares de pessoas fogem da guerra, onde a europa é um destino privilegiado, defender e proteger a causa humana é pertinente. Como Sebastião da Gama poderemos afirmar que neste domínio “tudo frutificou; o campo estava aberto, deu conchego e raiz a todas as sementes”. Igualmente, teremos de resolver os milhares de problemas internos, de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza em países como Portugal ou Grécia, nomeadamente dar assistência digna aos idosos, aos sem abrigo e às crianças negligenciadas. É um dever dirimir todos estes problemas com dignidade.

Perseguir o bem estar do planeta deve ser um objetivo comum. Com lideranças competentes podemos acompanhar Theodore Roosevelt que disse que “nada é impossível. Se puder ser sonhado, então pode ser feito”.

Publicado/editado: 10/11/2015