Episódio II por Gonçalo F. Gouveia - Dia 6
Ainda a última sílaba vibrava no ar, e já a mente do professor José Vilar fora tomada de assalto por aquele número singular que tivera a imprudência de calcular. Nenhum dos mecanismos de defesa pacientemente construídos ao longo dos anos, na sua eterna batalha contra o comportamento obsessivo-compulsivo, lhe valeram contra tão perfeito alinhamento rítmico de algarismos, tão soberba coincidência entre cadeiras e adeptos, entre a sua cabeça e um pássaro empossado de portentoso talento escatológico: um contra quatro-sete-quatro-sete-quatro adeptos – música, uma sinfonia de possíveis combinações! Convocadas por tal obra-prima, as sinapses de José Vilar explodiam num frenesim de cálculos, ignorando até o 7º passe a menos de 7 metros, para a esquerda, do jogador nº7. José Vilar resolve neste momento ripostar: se não as pode vencer, vai desequilibrar as probabilidades. E embora neste momento ainda ninguém o possa saber, é este o momento inicial do crime que será conhecido como O caso da cadeira nº7474.
Episódio III por José Carlos Santos - Dia 11
Episódio IV por José Veiga de Faria - Dia 16
Episódio V por Sílvio Gama - Dia 26
FIM