Luis Miguel Loureiro - Entrevistado clube spm de maio de 2016...

Clube Matemática da SPM - Clube Entrevista
Luis Miguel Loureiro - Entrevistado clube spm de maio de 2016... 

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Clube de Matemática SPM

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Luis Miguel Loureiro (Jornalista da RTP) é o convidado do clube spm do mês de maio do ano 2016. De microfone ligado, os limites desta conversa vão da infância à bioquímica, do jornalismo à RTP, tem passagem obrigatória pelo ensino e pelas ciências da educação, não esquecendo, claro a matemática. Em horário nobre ficam aqui as soluções desta entrevista:





Uma reportagem da tua infância seria… 
… uma história com princípio feliz. 


Que notícias guardas da escola com 10 anos de idade? 
Guardo a notícia que a minha professora da escola primária deu aos meus pais quando lhes decidiu propor que eu fizesse dois anos num só. E lá me enviou para o ciclo um ano mais cedo. Deve ter sido por isso que passei o último dia de aulas a coser os pontos da cabeça rachada por um lance mais impetuoso no recreio da escola.


A Matemática na escola era sintonizada em que canal? 
Em todos. Como as turmas eram juntas (1º e 2º anos numa sala, 3º e 4º anos na outra), eu aproveitava os exercícios que a professora dava para fazer os do meu ano e os do outro. Foi assim que percebi que era tão fácil fazer contas de dividir por números de dois algarismos ou por números de mil… ☺


És licenciado em Bioquímica pela Universidade de Coimbra. Seguiste jornalismo, logo a Bioquímica tem mais encanto na hora da despedida...
A Bioquímica tem sempre encanto na hora da amizade. Eu e as minhas e os meus colegas de curso mantemos o bom hábito de nos encontrarmos a cada par de anos para almoçar, recordar e falar do futuro. 


És doutorado em Ciências da Comunicação. Qual a importância desta formação na tua vida? 
Fundamental. O doutoramento em Ciências da Comunicação na Universidade do Minho conferiu a coerência que eu sentia faltar ao meu percurso na Comunicação e no Jornalismo.




Lecionas na Universidade Lusófona. O que ensinas?
Leciono disciplinas nas áreas da Ética e do Jornalismo de Investigação, à licenciatura em Ciências da Comunicação, e na área dos Novos Fenómenos Sociais, das Redes Digitais e do Ativismo aos doutoramentos em Estudos em Comunicação Para o Desenvolvimento e Arte dos Média.


O jornalismo começou na tua vida na década de 90. Porquê esta área?
Na verdade, o Jornalismo começou antes, na minha rádio local, a Rádio Terra Nova, na Gafanha da Nazaré (que ainda resiste!), ainda no tempo em que a rádio era pirata, por voltas de 1986. Não existe um “porquê”. Simplesmente porque sim, porque acho que a minha vida só faz sentido a comunicar com outros.




Desde quando fazer televisão na RTP deixou de ser uma incógnita para ser a melhor das soluções? 
Desde 1997. A melhor de todas, sem dúvida. Depois de uma primeira passagem, passageira por definição, em 1994/95.


O acesso a sondagens, as estatísticas ajudam a melhorar o trabalho diário de um jornalista. A matemática aprendida na tua licenciatura ajuda-te a perceber melhor as médias, as medianas, as modas... 
… e o pensamento crítico na área das Ciências Sociais e Humanas (a Sociologia, a Filosofia, a História) ajuda-me a enquadrar essas médias, medianas, modas e números no sentido que as coisas fazem para de todos nós, como seres humanos que têm de viver em sociedade.  


Ganhas em 2006 o “Prémio AMI Jornalismo contra a Indiferença” e o “Prémio UNESCO Jornalismo Pelos Direitos Humanos”. Não ficaste indiferente?
Claro que não. Mas não fiquei diferente.☺ 


Ser jornalista da RTP é... 
Ter a sorte de trabalhar na melhor empresa portuguesa de Comunicação Social. A longe e a milhas de todas as outras, porque trabalha para o público e tem obrigação de, por isso, se preocupar mais com esse público, com aquilo que o qualifica e torna melhor, do que com as audiências que só nos embrutecem a todos. 



O matemático Alfred Rényi disse um dia que "quando estou infeliz trabalho matemática para ficar feliz. Quando estou feliz, trabalho matemática para me manter feliz". O que te faz feliz? 
Falo. Porque falar é ir ter com os outros. Há lá coisa melhor que essa para fazermos na vida? 

Por Carlos Marinho

  

Publicado/editado: 01/05/2016