Marco Aurélio Carvalho - Entrevistado clube spm de julho de 2016...

Clube Matemática da SPM - Clube Entrevista
Marco Aurélio Carvalho - Entrevistado clube spm de julho de 2016... 

Clube Matemática da SPM - Clube Entrevista

 

Clube de Matemática SPM

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O jornalista Marco Aurélio Carvalho é o convidado do clube spm do mês de julho do ano 2016. Com um sistema tático estrategicamente desenhado, temas como a infância, a escola, a matemática, o jornalismo, a rádio ou a seleção nacional marcam esta entrevista. De microfone ligado, em alta voz com um volume perfeito, veja aqui o resultado final deste encontro...



Uma reportagem da tua infância seria… 
Seria uma série de bonecos animados do Marco, da Heidi ou Viking. Seria um Sandokan ou um Verão Azul, com aquela banda sonora do assobio. Seria um trailer de uma criança feliz (sim, porque se consegue ser feliz sem computador, playstation ou telemóvel). Uma criança que jogava à bola na rua até noite dentro e que adorava correr, trepar árvores e “jogar à apanhada”. Seria um “reporttv” com tv a preto e branco mas com muita coisa para contar.

Que notícias guardas da escola com 10 anos de idade? 
Aos 10 anos fui para o então Ciclo (5º ano do Básico). Guardo primeiro a curiosidade de estar numa escola com muitas disciplinas, muitas salas de aula, do Francês, da Matemática, da Educação Visual e de todas as outras. Guardo também a memória da estreia do Filme ET... todos sonhávamos com um extraterrestre em casa. Das pastilhas super gorila, em pacotes de 5 com sabor a morango, menta ou tutti frutti.
Guardo o Espanha 82, Campeonato do Mundo de Futebol e dos meus “ídolos” Paolo Rossi, Rinat Dasaev, Falcão ou Zico e claro… da mascote Naranjito.  A visita do Papa João Paulo II, ou até o álbum Thriller de Michael Jackson que me deixou deliciado. Memórias fantásticas que dariam boas notícias.

A Matemática que aprendeste na escola alguma vez foi notícia de primeira página?
Na minha infância a matemática aliciava-me, mas confesso que depois, por preguiça minha, a relação tornou-se mais descuidada. Ainda que não fizessem primeiras páginas nos jornais, lembro-me de devorar umas enciclopédias lá em casa onde apareciam nomes como Descartes, Euclides ou Arquimedes e deixar-me espantado com a sua genialidade. Claro que os cálculos do físico Einstein me deixavam confuso (e este sim era sempre notícia), mas sobretudo deixava-me rendido tanta sabedoria. Mas a melhor notícia que deveria ser a maior primeira página de todos os tempos é a fantástica e imortal cantilena do Teorema de Pitágoras, que todos decoraram (mesmo quem nunca morreu de amores pela Matemática): “A caminho de Siracusa, dizia Pitágoras aos netos: O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos".

Consideras que aprender matemática é fundamental no futuro de qualquer jovem/criança?
Sim. Por todos os motivos. Mesmo que pareça um desperdício de tempo para quem acha que não gosta. A Matemática é tão essencial quanto o Português, pela aprendizagem e pelo raciocínio e o seu desenvolvimento.


O jornalismo começou na tua vida na década de 90. Como foi esse início?
Foi um início de sonho. Em 94. Iniciei o curso (vinha já da Universidade Católica de um outro curso) na Esc. Superior de Jornalismo, no Porto e no mesmo dia (em boa hora) fui bater à porta de uma pequena rádio, na Maia: Rádio Lidador. Foi a minha melhor escola. Um grupo fantástico de pessoas que me acolheram e ensinaram tudo sobre rádio, jornalismo e como ser Homem. Fiz de tudo naquela rádio. Desporto, política, animação, edição, reportagem, diretos, campanhas eleitorais…. Tudo. Tive o complemento perfeito à universidade.

És licenciado em jornalismo. Como foi este teu percurso?
Sempre trabalhei e estudei. Comecei na Rádio Lidador da Maia, hoje Rádio 5, onde estive 7 anos, depois fui convidado para ir para a Sporttv, onde realizei o meu sonho profissional e adotei o ADN da Sporttv (até hoje a sinto como a minha casa). Estive lá 12 anos. Reportagens, entrevistas, diretos, futebol, basquetebol, andebol, desporto automóvel, voleibol, competições nacionais e internacionais… muitas viagens e muitas horas de emissão direta. Fiz tudo e sobre todos os assuntos. Voltaria a fazer precisamente o mesmo e com a mesma ou maior paixão. Depois saí para ir para o SC Braga como Diretor de Comunicação. Durante 2 anos desempenhei o cargo e experimentei o “outro lado” do futebol. Estive na Liga dos Campeões, na Liga Europa e nas competições nacionais com uma conquista da Taça da Liga. Em 2013 regressei ao jornalismo, à Sporttv e como colaborador da Supersport (uma Mega operadora TV, sediada na África do Sul) com um mercado de assinantes impressionante e com uma comunidade dos Palop, em África imensa. No ano seguinte (2014) fui convidado para ser Diretor de Comunicação do Rio Ave FC, cargo que ocupo desde então, vivendo uma fase de crescimento muito grande do Clube.

És um jornalista ligado ao desporto? Porquê esta área?
Na Rádio Lidador fiz tudo. Fiz muita política também. Gostei muito. Colaborei também na altura com um jornal (Primeiro de Janeiro), sobre política local, mas confesso que o jornalismo desportivo me cativa. O “bichinho” do futebol, do basquete e das outras modalidades fascinam-me. Mas continuo a gostar de estar atualizado sobre tudo. Ler jornais, ver e ouvir notícias sobre toda a atualidade.



Foste jornalista da SportTV. O que guardas desse período?
Como disse antes, o período de 12 anos na Sporttv foi o mais profícuo para mim no que diz respeito ao amadurecimento profissional.
Todos os dias “entrava” na casa das pessoas pela Sporttv, fazendo as entrevistas no jogos de todas as modalidades ou relatando fatos. A minha cara aparecia e eu tinha de ser credível e bom profissional. Tinha de estudar e trabalhar muito. Viajei muito, conheci muito, trabalhei muito e fiz muito e muita coisa. Perde-se um pouco a privacidade pessoal mas apaixonamo-nos pelo trabalho. Estive presente em momentos que fazem parte da história desportiva portuguesa e isso deixa-me orgulhoso. Além disso vivi 12 (e depois mais 1 ano) anos com a família Sporttv que ainda hoje guardo como minha e especial.


Atualmente és diretor de comunicação do Rio Ave. O que fazes concretamente?
O meu papel é fazer com que a imagem do Rio Ave FC seja uma imagem cuidada, profissional e atrativa. Toda a comunicação com a imprensa (dos jogadores, treinadores e dirigentes), redes sociais e website. Preparar todos para as entrevistas, promover os nossos conteúdos e contribuir para que o Clube seja mais moderno. Por exemplo, um jogador é convidado para dar uma entrevista. Eu decido se ele deve, quando e como deve ser feita, tendo em conta o que melhor beneficia o atleta ou o Clube, sem nunca esquecer que o trabalho do jornalista deve ser respeitado, valorizado e protegido.

O Rio Ave é um clube que...
Está a crescer muito. É especial. Esteve em 3 finais e duas presenças na Liga Europa nos últimos 4 anos. É um clube em afirmação e eu estou a fazer parte dessa história.

Portugal tem hipótese de ser campeão da Europa de futebol em França?
Será difícil, mas penso que com perseverança e esforço podemos. A qualidade está lá.


O matemático Alfred Rényi disse um dia que "quando estou infeliz trabalho matemática para ficar feliz. Quando estou feliz, trabalho matemática para me manter feliz". O que te faz feliz? 
Viver… viver faz-me feliz. O meu filho faz-me plenamente feliz.  A minha vida deixa-me preenchido. Leio, desenho, toco um pouco de guitarra ou piano. Ouço música ou cozinho. Viajo ou simplesmente respiro. 


Por Carlos Marinho

Publicado/editado: 01/07/2016