5ª História - Voo 737 Max - Quaterniões a Bordo
Dia 1 - Adília Gomes
Sete e meia da manhã, João Casinhas, piloto experiente de uma das melhores companhias de aviação do mundo preparava-se para levantar o boeing 737 Max com mais de 200 pessoas a bordo. Por instantes recordou que os seus tempos de estudante. Na faculdade, o professor Francis sabia que ela tinha uma paixão pela aviação. Ensinou-lhe o capítulo da matemática que fazem os aviões voarem - os quaterniões. Que saudades! - Pensava ele. Recordou o matemático Hamilton, que no século XIX, num momento de inspiração numa caminhada realizada junto ao Royal Canal com a sua mulher, reformou uma ideia que persistia há séculos. Descobriu que a propriedade comutativa da multiplicação não era necessária para uma álgebra consistente. Esta descoberta fez com que a sua dedicação fosse total aos quaterniões para o resto da sua vida. Tal e qual ele, se dedica agora aos aviões por pura paixão. Um dos instrumentos principais de voo que se encontra no cockpit dos aviões corresponde ao Heading and Attitude indicator que dá ao piloto uma informação contínua do estado do avião relativamente a um local na superfície terrestre. Lindo! Este aparelho relata em cada instante a orientação do referencial no avião para um referencial posicionado num local da Terra. Bela matemática. Agora está na hora de levantar voo...
Dia 6 - Francisco Fernandes
João Casinhas informou a comissária e as hospedeiras que deviam executar os procedimentos para a descolagem.
No interior do avião já se sentia nalguns passageiros aquilo frio no estômago que antecede cada viagem.
Posicionados nos seus locais habituais, a tripulação inicia o ritual das indicações a efetuar, quando de repente são interrompidos pelo intercomunicador: "Daqui fala o comandante João Casinhas. Infelizmente a torre de controlo informou-me que não podemos levantar. Todos as partidas para a China estão canceladas devido à quarentena provocada pelo CoronaVírus. Queiram permanecer calmos e tranquilos nos vossos locais a aguardar novas instruções."
A confusão instalou-se no avião. Passageiros barafustavam com a tripulação. Ninguém sabia do que se tratava. No cockpit Casinhas só pensava: "Tanto cálculo, tanta matemática e com esta probabilidade não estava eu à espera. esta nem o Baynes conseguia prever". O que fazer agora...
Dia 11 - Carlos Marinho
Dia 16 - Inês Guimarães
Dia 21 - José Veiga de Faria
Dia 26 - Gonçalo Gouveia
Fim do Episódio