Entrevista a Miguel Costa, 11 anos, Bicampeão Mundial de Cálculo Mental (Parte 3)
Notícias Clube SPM
Nesta 3ª parte da entrevista a Miguel Costa, Bicampeão Mundial de Cálculo Mental enquanto aluno da Escola Básica de Matosinhos, ouvimos para além do aluno, a sua professora Maria da Luz, o pai Pedro Costa e a responsável pela disciplina de matemática da escola Marta Santos. Bem se pode dizer que é uma escola que faz campeões... mundiais a matemática. Aqui vai a 3ª parte de 3 (leia aqui a 1ª parte e a 2ª Parte).
Miguel, o que queres ser no futuro?
Não faço a mínima.
Não queres ser professor de matemática?
Não. Ainda não pensei nisso.
O que fazes nos tempos livres?
Gosto de brincar com os meus amigos. Conversar, Às vezes tenho de estudar para os testes. Sei lá!
Estudas muito para os testes de matemática?
Estudo normalmente. O que eu aprendo na aula ás vezes é suficiente, faço alguns exercícios.
Ouvimos a Professora Maria da Luz responsável pelo trabalho desenvolvido ao longo do ano:
O Miguel onde estava na sala?
Estava lá atrás. Sempre quieto. Mas sempre muito bem disposto e brincalhão. Mas com um comportamento exemplar. Em contexto de sala de aula sempre muito atento. Muito alegre sem perturbar. Foi sempre um bom aluno.
Como era a turma onde o Miguel estava inserido?
Esta turma era especial, tinha uma mais valia. No 5º ano beneficiava de 2 tempos de promoção para o sucesso escolar. No meu caso, eu trabalhava e promovia sempre que podia o gosto por este tipo de iniciativa. Esta turma tinha a sorte e o privilégio de ter apenas 2 ou 3 alunos com algumas dificuldades.
E o trabalho na turma?
Foi possível trabalhar bem com eles e treinamos muito, mesmo utilizando outro tipo de jogos, o jogo do 24, SuperT entre outros. Podíamos desenvolver outras competências de matemática que não os conteúdos das aulas. O Miguel houve uma altura que estava apenas focado no SuperT. Ele pedia-me sempre bocadinhos para estar sozinho para poder treinar.
Foi um trabalho ao longo do ano ou só próximo do concurso?
O trabalho foi feito ao longo do ano, embora nas últimas 2 semanas o treino foi mais intensivo.
Pedro Costa, pai do Miguel:
Como se sente ter um filho que é bicampeão do mundo em cálculo mental?
Como deve calcular é um orgulho enorme. É surpreendente, uma vez que na família é inédito. Não tenho dúvidas que a queda para os números vem da parte da mãe. Tem formação e é licenciada em economia, logo há uma tendência natural.
O Miguel tem algo de especial?
O Miguel tem de facto, um dom muito especial. Está na idade de ser o que quiser na vida, se tiver uma formação adequada, o que eu acho que é óptimo. É isso, que nós como pais tentamos transmitir todos os dias.
Em algum momento ele foi induzido a este tipo de tarefa?
Não, foi natural nele. Uma vez eu reparei nisso, visto que íamos no carro e ele brincava com a horas do carro. Pai, já viste que se somares este número com este e tirares aquele dá isto. Imagine que são 19h58 e ele diz, pai já viste que isto somado com isto dá este valor.
A professora Marta Santos perguntou:
Também fazias com as matriculas?
Sim, faço também com as matriculas. Somava as matriculas. A minha mãe fazia igual.
A professora Marta Santos, responsável da disciplina de matemática referiu a importância da escola para o sucesso do Miguel:
O Miguel tem uma apetência natural mas o facto de ter frequentado esta escola foi muito importante. A professora Maria da Luz revelou o Miguel. Se ele tivesse frequentado uma escola sem este tipo de atividades, sem este tipo de preocupação jamais era revelado. Continuava a ter a capacidade inata que tem mas dificilmente seria revelado. Para a auto-estima dele e de todos nós é uma aspecto maravilhoso. É um privilégio para todos nós.