Episódio II por Francisco Fernandes de Contos de 3º Grau da História 28...

História 28

Episódio I por José Carlos Pereira - Dia 1

Gertrudes, senhora de porte vistoso mas austero, dedicou quase toda a sua vida ao Coronel Byscaia, não como esposa ou amante, mas como governanta da sua casa. Byscaia, agora reformado, tinha sido um oficial do exército português. Soldado de grandes louvores, serviu o país na Guerra, em Angola e na Guiné. 
O Coronel tinha grande estima por Gertrudes, mas nunca percebeu a razão de ela nunca se ter casado. Afinal era uma mulher bonita, cheia de qualidades e pretendentes não lhe devem ter faltado. Certo dia, encheu-se de coragem e perguntou-lhe:
- Gertrudes, por que razão nunca se casou? 
A questão apanhou-a de surpresa, mas acabou por responder.  
- Fui apaixonada por um rapaz mas a sua família não me queria para nora. O Asdrubal foi para a guerra na Guiné, em 1969, e prometeu casar-se comigo quando voltasse. Acabou por morrer. Fiquei desgostosa e nunca mais quis ninguém. 
O Coronel tinha uma memória prodigiosa e aquele nome não lhe era estranho. Só tinha comandado um Asdrubal durante toda a sua carreira que tinha morrido precisamente na Guiné. Foi procurar nos seus papéis e passado algum tempo chamou Gertrudes e mostrou-se um documento. Nele estava escrito “Asdrubal Casou de Calça Curta, morto em combate pelo inimigo depois de salvar três homens da sua companhia”.
Naquele momento, os olhos de Gertrudes encheram-se de lágrimas. 

Episódio II por Francisco Fernandes - Dia 6

  

As lágrimas de Gertrudes não eram de tristeza, mas de alegria. Ela alternava entre o riso e o choro, evidenciando emoção, ao ver o documento que o Coronel lhe mostrava. O Coronel estava perplexo perante tal reação, ele não entendia o motivo do riso e da alegria da sua governanta, por isso questionou-a.
- Cara Gertrudes, não entendo a sua reação. Este não é o seu Asdrubal? 
-Não, caro capitão, não!  - respondeu exaltada – Este Asdrubal não é o meu Asdrubal! O que significa que….que… 
A emoção de Gertrudes fez com que perdesse momentaneamente os seus sentidos, só a rapidez de reflexos do Coronel evitou que ela caísse desamparada no chão. O Coronel segurou nela e sentou-a na poltrona. Foi buscar água com açúcar, quando voltou à biblioteca, Gertrudes já havia recuperado os sentidos, bebeu a água e prosseguiu a conversa.
- Não acredito que todos estes anos, julguei que o meu Asdrubal estivesse morto, mas afinal ele não está. O que significa que há esperança para nós. Preciso de o encontrar, preciso de saber se ele ainda estaria interessado em casar comigo.
- O que tem em mente? 

Episódio III por José Veiga de Faria - Dia 11

Episódio IV por Sílvio Gama - Dia 16

Episódio V por Carlos Marinho - Dia 21

Episódio VI por Gonçalo F. Gouveia - Dia 26

FIM 

Publicado/editado: 06/05/2018