Intersecções por Daniela Gonçalves - Recentrar a Escola
Eixos de Opinião de Maio de 2022
Daniela Gonçalves - Professora do Ensino Superior na ESE de Paula Frassinetti e do CIDTFF da Universidade de Aveiro (Ver +)
Título: Recentrar a Escola
Necessitamos mesmo de recentrar a Escola na sua missão. Necessitamos de pensar em conjunto e recentrar a missão da escola num lugar verdadeiramente inclusivo – de todos/as e de cada um/a.
O ethos da escola e a sua visão, o ambiente que se vive, o sentimento de pertença a uma comunidade apostada em ensinar bem e em melhorar as aprendizagens de todos os alunos implica um compromisso estratégico como todos e cada um/a.
Necessitamos, portanto, de recentrar a Escola neste tipo de missão. Uma missão onde cada pessoa se sente pessoa em crescimento.
Para tal, são necessárias lideranças de topo e lideranças intermédias que alimentem esta visão e potenciem as sinergias, implicando trabalho cooperativo e colaborativo/ articulação (entre ciclos), convergências, intersecções, ...
Uma Escola recentrada na sua missão estimula a interdependência que é progressivamente construída, alimentada, partilhada e celebrada, porque acreditam de que todos os alunos podem aprender e obter sucessos escolares à sua medida.
Trata-se de escolas focadas no essencial. Focadas na qualidade da aprendizagem, na construção de um conhecimento sólido, no desenvolvimento de competências, nom bem-estar de cada aluno/a. Esta missão cabe ao diretor/a, a cada docente, ao funcionário/a, a todos/as os envolvidos. E é principalmente nisso que as suas energias e os seus recursos são aplicados. A escola e os docentes não só conhecem os passos dados pelos seus alunos e os resultados já alcançados, como os incentivam a irem mais longe.
As relações educativas, entre alunos/as e professores/as, entre professores/as e entre alunos/as, entre os próprios/as professores/as das várias disciplinas e entre estes e a direção, e ainda entre os professores/as e as famílias destes alunos/as constituem a pedra-de-toque da vida escolar. O estímulo mútuo, o trabalho cooperativo entre docentes, entre estes e a direção, o sentimento partilhado de pertença a uma visão comum, a entreajuda e a convicção de que todos podem ir mais longe e melhor apoiados, o feedback fornecido aos desafios lançados, tudo isso é decisivo na hora de ensinar e de ensinar bem, de aprender e de aprender bem.
A cooperação e a valorização dos bens relacionais da escola estão deveras associadas a uma Escola focada e recentrada no essencial, ou seja, na sua missão. Não esqueçamos que esta missão convoca o bem-estar pessoal que implica (sempre) mais e melhor aprendizagem.