Linhas e Pontos por Carlos Marinho - Nos Ombros de Gigantes
Eixos de Opinião de Fevereiro de 2022
Carlos Marinho - Professor de Matemática (Ver +)
Título: Nos Ombros de Gigantes
Portugal é um país pequeno, já foi grande em espaço, já dominamos o mundo, mas continuamos pequenos aos olhos do mundo. No desporto, continuamos a marcar “golos” a bater recordes, a ganhar campeonatos, a marcar a nossa pequena presença com traços bem marcados no panorama mundial. Domingo, dia 6 de fevereiro de 2022 fica na história do futsal português, como o melhor “remate” já realizado por esta modalidade. Amesterdão foi o palco da nossa glória. Portugal tornou-se bicampeão do mundo de futsal. Recorde-se que em 2018, na Arena Stožice, em Liubliana, na Eslovénia, tínhamos ganho o nosso 1.º campeonato da europa. Ser campeão da europa é um feito único, ser bicampeão da europa não é para todos. Só os melhores podem atingir este patamar.
O cientista e matemático Isaac Newton (1642-1727) referiu um dia que “If I have been able to see further, it is only because I stood on the shoulders of giants.” (Se eu tenho sido capaz de ver mais longe, é só porque eu estava sobre os ombros de gigantes.) Tudo na vida tem a ver com o processo de evolução. Todos os degraus feitos por outros são necessários para atingir o sucesso. Todo o conhecimento gerado, todas os erros, as dúvidas, o conjunto de falhanços foram e são o trampolim para agarrar o sucesso. O pintor Júlio Pomar referia que “as dúvidas são o meu material mais precioso”, o maior basquetebolista de todos os tempos e um dos melhores desportistas da história Michael Jordan dizia que “eu errei mais de 9 000 lançamentos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Em 26 oportunidades, confiaram em mim para fazer o lançamento da vitória e eu errei. Eu falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E é por isso que tenho sucesso”.
O sucesso é feito de caminhadas. Relembro, para os mais esquecidos, que tudo começou na década de 90. Quando o futsal era ainda obsoleto, onde o futsal praticado estava a anos-luz daquele que se pratica hoje.
Na matemática acontece o mesmo. Os alunos de hoje têm outros argumentos, se quiserem atingir outro patamar. Para que isso aconteça, espera-os muito trabalho, sempre com o apoio de gigantes, que no passado abriram novos caminhos, diferentes conhecimentos, metas a cortar e, é sobre estes ombros que devemos continuar a garantir o futuro.