Linhas e Pontos por Carlos Marinho - Put In na Rú(ssi)a

Eixos de Opinião de Março de 2022

Carlos Marinho - Professor de Matemática (Ver +)


Título: Put In na Rú(ssi)a

Vivemos tempos complexos e difíceis. Depois de uma pandemia que parece abrandar, eis que surge uma guerra sem sentido, que aparentemente ninguém quer, apenas um núcleo restrito de políticos que quer invadir um país com o mundo na expetativa. Não será fácil, para os restantes países ver, um país como a Ucrânia ser invadida de uma forma violenta e sem precedentes e não poder atuar de uma forma firme e coerente com este violento ataque. O restante planeta não poderá assistir impávido e sereno ao massacre do povo ucraniano sem ajudar. O mundo está a isolar Putin e a Rússia. O povo russo também não quer esta guerra. Principalmente os jovens, uma nova geração que estudou, que leu, que percebe que a guerra não nos leva a lado nenhum. A escola dá conhecimento, destrói o totalitarismo, isola os ditadores, dá ferramentas às pessoas que as faz pensar e reagir da forma que será melhor para todos. Um líder ouve, pensa, evoluiu, redefine a estratégia, implementa novos valores, ouve os seus seguidores e depois decide. Um chefe não gosta de ser posto em causa. Não ouve, não gosta que o interroguem, decide só e muitas vezes mal. Pior, persegue, não permite novas opiniões, diferentes visões, inovadoras perspetivas. Nos meus muitos anos cruzei-me infelizmente com muitos idiotas, com gente limitada, com dirigentes de pé de barro, autênticos ignorantes, que não sabendo mais, ganham pela força bruta, pelo ímpeto de querer impor algo que vai prejudicar muita gente. Porquê? Acredito que seja por falta de ter estudado, de ter aldrabado, copiado, de não ter aprendido da forma correta, com bons professores. 

A história está repleta de matemáticos que foram perseguidos pelo sistema político, só por terem ideias diferentes, de lutarem contra um regime fraco. Ditadores que enfraquecem e inibem tudo à sua volta. Onde a riqueza do conhecimento fica subnutrido a ideias bacocas e sem futuro. O aprender, o conhecer, ler, pensar, é como uma locomotiva que mais cedo ou mais tarde fura a cegueira de líderes fracos, que vivem numa bolha, sem futuro.

Muitos Putins andam por aí. A prejudicar quem inova, quem trabalha, quer quem quer evoluir fruto do conhecimento e não do uso da força geopolítica que detêm. Mais cedo ou mais tarde, esta gente desaparece, só que deixaram um panorama de destruição, difícil de apagar, de esquecer. Mais uma vez, emerge o conhecimento, através da mais nobre e leal instituição, onde todos passamos: a escola.

William Shakespeare referiu que “em tempo de paz convém ao homem serenidade e humildade; mas quando estoura a guerra deve agir como um tigre!”. Miguel Cervantes disse “a guerra, assim como, é madrasta dos covardes, é mãe dos corajosos”. Por isso, vamos Put In na Rú(ssi)a, vamos colocar Putin na Rua.

 

Publicado/editado: 10/03/2022