Episódio II por Gonçalo F. Gouveia - Dia 6
Entre a multidão de fardas destaca-se um elemento trajando à civil, cuja cabeça grisalha não está espetada para o céu, como as demais, apenas abana de um lado para o outro, numa comiseração resignada. O dono desta cabeça é o Comandante de serviço, conhecido entre os seus homens pelo Dromedário, por nunca ninguém o ter visto ingerir qualquer espécie de líquido, e estar sempre maldisposto. – Um suposto suicida de paraquedas – resmungou –, imagine-se a papelada que não será preciso preencher, e a um dia da reforma, c’um raio! Instantaneamente ocorreu-lhe uma ideia: se convencer rapidamente os subalternos que se trata de um assaltante em fuga, seguia-se uma saraivada de chumbo e o cretino alado seria obrigado a passarinhar para a jurisdição vizinha. E nada de papelada! E se bem o pensou, melhor o fez.
Episódio III por José Carlos Santos - Dia 12
Episódio IV por José Veiga de Faria - Dia 18
Episódio V por Sílvio Gama - Dia 24
FIM