Episódio I por José Carlos Santos - Dia 1
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Episódio II por José Veiga de Faria - Dia 6
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Episódio III por Sílvio Gama - Dia 12
Episódio IV por Carlos Marinho - Dia 18
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Episódio V por Gonçalo F. Gouveia - Dia 24
Ricardinho liderava o cortejo, esbracejando gritinhos de pânico e enrodilhando a écharpe esvoaçante no pescoço de Ernesto que amparava Guilhermina que segurava Elisabete que gemia de pânico para Laura que descia precariamente equilibrada nuns disfuncionais saltos de agulha, todos seguidos por um bando de moradores ávidos, atraído pela perspetiva de desgraça e sangue fresco, ao vivo e com direito garantido a entrevista para um qualquer Jornal das Nove para testemunharem precisamente o que não tinham visto. Desaguaram no passeio em frente ao prédio num estrépito que abafou os berros do lesado dono da loja de telemóveis que procurava terminar o serviço que o autocarro falhara e engalfinhara-se com Mário num abraço assassino. – É isso aí! Guinchou Ricardinho, triunfante, silenciando a rua inteira. – Eu bem disse que os meus espíritos não mentem e se todos viessem seria revelado! Tá vendo Dª Laura, esse sem vergonha do seu marido tem mesmo um caso, e nem é com dona, é com malandro mesmo, e aqui nesta rua! Rematou a luminária mediúnica. Mário arregalou os olhos para o seu putativo ‘amante’ que o abraçava ainda, siderado com a revelação. E, talvez porque os espíritos tivessem sentido de humor, o homem parecia mesmo o Tom Cruise.
FIM