Segmentos por Carolina Santos

Pierre de Fermat, nascido em Beaumont-de-Lomange a 17 agosto de 1701 é considerado o pai da Geometria Analítica.

Iniciou a sua carreira profissional enveredando pelo serviço público, na área da justiça, tendo chegado a Juiz Supremo. De personalidade tímida e reservada, apesar de cortês e afável, não tinha muito interesse em publicar as suas descobertas na Matemática, esta que para si era uma actividade de ocupação de tempos livres. 

Os grandes matemáticos da sua geração não encaravam com bons olhos o escondido brilhantismo de Fermat, e Descartes descrente das suas capacidades, enviou-lhe ocasionalmente algumas questões. Uma delas , desafiando-o a encontrar a tangente à curva x³+y³=3axy. O próprio Descartes não foi capaz de a encontrar. 

Mas Fermat tinha já encontrado o método para determinar tangentes, construído através da sua abordagem aos problemas de máximos e mínimos.

Assim sendo, Fermat conseguiu resolver com facilidade o que Descartes lhe propôs e se mostrou incapaz de o fazer.

Uma outra história curiosa a respeito de Fermat envolve o matemático que o "puxou para a ribalta", Mersenne, que o procurou após ouvir falar dele. Este, perguntou-lhe se o número 100 895 598 169 era ou não primo. Uma questão destas, naquela época, levava anos a ser resolvida, mas Fermat rapidamente lhe respondeu que o número é produto de 112303 por 898423, estes sim, ambos primos.

Além da Geometria Analítica, teve também uma importante contribuição na Teoria da Probabilidade. 

Juntamente com Pascal, determinou as regras essenciais da Probabilidade.

Em síntese, um homem dedicado à justiça por profissão e à Matemática por amor, deixa um legado importantíssimo, do qual se destacam o pequeno teorema de Fetmat, um "teste de primalidade" que permite verificar com facilidade se um número é ou não primo, e o último teorema de Fermat, que estabelece que não existe nenhum conjunto de inteiros positivos x, y, z e n, com n maior que 2 que satisfaça a condição xⁿ+yⁿ=zⁿ.

Por falar em justiça, questiono aqui, que direito tem o governo de "escolher para as suas escolas os melhores professores"?

Se calhar até o tem... Mas porquê testar só determinados professores? Porque não testar todos os que lhe prestam serviço? Porquê só os mais novos, talvez os que têm mais energia para enfrentar os desafios que o ensino coloca hoje, os que têm uma formação mais actualizada? E porque não testar os funcionários das finanças, os magistrados, os médicos e enfermeiros do SNS?

Repare-se no caso de Fermat... Nem tão pouco era profissionalmente da área, e deixou todo um conjunto de informação muito importante. Quem sabe se não seria um óptimo professor de Matemática, ainda que sem formação pedagógica e sem exame de aptidão...

Aproveito para desejar um óptimo 2014 a todos os seguidores do Clube de Matemática.

Segmentos por Carolina Santos (setembro de 2013) - "Paixão pela Matemática"