|
"Conversas Paralelas" é a rubrica que nos dará uma visão exterior à matemática, com as ferramentas das Ciências de Educação. Vamos ter certamente uma leitura diferente, onde a arte das palavras vai justificar argumentos num espaço onde os números dominam.
José Matias Alves - Professor Convidado da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa
|
Frequentemente ouvimos dizer: é uma questão de mentalidade. Ou ainda: é uma questão cultural. A cultura e a mentalidade são poderosas alavancas da acção social e educativa. De facto, o indivíduo (o actor, o autor) vive num determinado contexto social e cultural e foi-se fazendo na família, na escola, nas organizações em que foi trabalhando. As pessoas não nascem como são; constroem-se ao longo da vida nas múltiplas interacções que vão realizando.
Por outro lado, não há mudança sem pessoas. As pessoas – por exemplo, na escola, os professores e os alunos – são imprescindíveis a um processo de melhoria das práticas educativas. Mas as transformações só acontecem quando eu mudo o meu pensar, a minha forma de me pensar e de pensar os outros. E vejo - claramente visto – que é essa mudança me é benéfica e por isso me disponibilizo para alterar a mentalidade e a acção. E são estas alterações de modos de pensar e de agir que por sua vez fazem evoluir a cultura.
E é por isso que a reforma de pensamento é tão importante. E decisivas as políticas que fazem as pessoas quererem mudar de modos de pensar.