(Di)Visões por Miguel Abreu

 


  


Todos os meses, no dia 1, Miguel Abreu, Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, escreve as suas "(Di)visões" sobre o mundo que o rodeia. Estes artigos poderão ter uma componente matemática, mas serão essencialmente uma opinião sobre os mais variados aspectos da sociedade: ciência, política, desporto, ensino entre outros assuntos. 

 

 Miguel Abreu - Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática  


Título: Olimpíadas Portuguesas de Matemática


No passado dia 10 de Abril estive pela primeira vez presente na cerimónia de entrega de prémios das Olimpíadas Portuguesas de Matemática (OPM), no Theatro Circo em Braga. Tive assim oportunidade de falar pessoalmente com alguns pais, professores e alunos que, por todo o país, apoiam, organizam e participam neste evento. O entusiasmo com que falam da experiência confirma a cada vez maior importância que as OPM têm para o ensino da Matemática em Portugal.


No meu (Di)visões de Março sobre o Estudo Acompanhado, referi que um bom sistema educativo tem que conseguir potenciar ao máximo as capacidades de todos os seus educandos, desde os que apresentam maiores dificuldades até aos que têm mais potencialidades. “Assim como não nos podemos dar ao luxo de deixar para trás os alunos mais fracos, também não podemos deixar de empurrar para a frente os alunos com mais talento. Não é fácil conseguir alcançar estes dois objectivos. Um bom Estudo Acompanhado, diferenciado mas para todos, é um caminho.”


No que respeita à Matemática, as OPM são também um caminho para empurrar para a frente os alunos com mais talento. A sua cada vez maior importância está diretamente relacionada com o facto de serem cada vez mais o único caminho para esses alunos.


Estas vigésimas nonas OPM ficam marcadas pelapalavra “alargamento”:

•    As finais de Braga tiveram presentes pela primeira vez alunos do 6º e 7º anos, na recém criada categoria Júnior, que se juntou às já existentes categorias A (8º e 9º anos) e B (10º, 11º e 12º anos).

•    Os alunos do 5ºano participaram pela primeira vez nas Pré-Olimpíadas que decorreram nas suas próprias escolas, em simultâneo com a primeira eliminatória das categorias Júnior, A e B.

•    Neste mês de Maio terá lugar a estreia das Mini-Olimpíadas, para os alunos do 3º e 4º anos, que consiste numa prova única realizada em todas as escola do 1º ciclo que se inscreveram.

•    No próximo mês de Julho teremos em Portugal a primeira edição das OPM da Lusofonia.


Destaco de todos estes “alargamentos” o que se refere ao 1º ciclo. Há nas crianças muito talento para a matemática que acaba por ficar irremediavelmente escondido por falta de “empurrão” adequado nos primeiros anos de ensino. Estou convicto que as OPM do 1º ciclo serão um caminho para esse empurrão, contribuindo para uma maior e melhor participação nas categorias seguintes. Reforçam assim a importância crescente das Olimpíadas Portuguesas de Matemática.


Publicado/editado: 01/05/2011