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E a matemática pediu namoro à
poesia, mostrando-lhe todas as suas qualidades que passavam por sinais
aritméticos de riqueza, campos cheios de raízes quadradas e um coração
infinito, onde cabiam todos os números perfeitos, como convém a quem se
quer apaixonar. Ela, a poesia, achou-lhe graça. Encontrou-lhe alguma
métrica e deixou-se deslizar em hipérboles que sendo linguísticas a
levaram a exageros que nem o teorema de Pitágoras conseguira resolver.
As incógnitas desta relação eram muitas, atendendo às suas
personalidades ímpares, com números primos à mistura. Foram vivendo numa
matriz de entendimento construída por rimas pouco lógicas e amores em
fracções de denominador comum que sustentavam médias de paixão numa
POEMÁTICA difícil de teorizar…
Nuno
Guimarães - ex-engenheiro, leitor de Português nas Universidades de
Vilnius e de Vytautas Magnus (Kaunas), com manias de poeta…
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