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Segmentos ou momentos de uma vida deu origem a Segmentos. Procuro, ao longo dos próximos meses, falar sobre alguns dos matemáticos mais importantes da história e fazer com a sua história ou o seu trabalho uma análise do nosso quotidiano, quer nas aplicações, quer no momento particular que a nossa matemática e o seu ensino vive. Segmentos segue todos os dias 6 de cada mês aqui no clube spm. Carolina Santos - Licenciada em Matemática
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John Forbes Nash, nasceu em Bluefield, Virginia, a 13 de Junho de 1928. Viu a sua vida retratada no filme "Uma Mente Brilhante", vencedor de 4 óscares e nomeado para 8. Para a maioria dos leitores deste clube, a sua biografia será, pelo menos do ponto de vista da sua saúde, muito familiar. Desde criança mostrou ser introvertido e anti-social, mas altamente interessado pelo conhecimento científico.
Entre a Matemática e a Química, as ciências que mais interesse lhe despertavam, acabou por aprofundar a sua formação na primeira. Doutorou-se em Princeton, onde raramente comparecia a palestras, aprendia sozinho, sem auxílio de professores ou livros. Interessou-se particularmente por topologia, geometria, álgebra e lógica. Em 1950 começou a trabalhar para a RAND Corporation, que canalizava fundos dos EUA para estudos científicos relacionados com a guerra fria. Aí aplicou os seus recentes avanços na teoria de jogos para analisar estratégias diplomáticas e militares.
Foi também professor no MIT onde conheceu a sua segunda mulher, Alicia. Foi após este casamento que começou a sofrer de esquizofrenia. A partir daí o seu estado da saúde sofria constantes oscilações entre recuperações temporárias e novos distúrbios mentais. O que é de admirar é que nas boas fases que atravessou, produziu importantes trabalhos matemáticos.
Em 1990 conseguiu recuperar da doença e em 1994 recebeu o prémio Nobel da Economia juntamente com John C. Harsanyi e Reinhard Selten. Esteve em Portugal em Julho do 2010 para participar na 24ª Conferência Europeia de Investigação Operacional.
Escrevo este artigo no 1º de Maio, dia do trabalhador. Para muito dias de descanso, mas para outros tantos, dia de trabalho. Até as grandes superfícies comerciais que não há muitos anos guardavam religiosamente este feriado, hoje estão abertas. Mas o que quero aqui realçar ou melhor contrariar, é a ideia que em geral as pessoas têm em relação ao trabalho dos professores. “Têm muitas férias, é o verão todo, é férias no Natal, férias da Páscoa, os três dias do Carnaval, feriados e fins de semana…”´ Esta é a “triste” ideia que as pessoas têm da vida de um professor. O que a grande maioria das pessoas desconhece são as horas gastas em casa, muito fora do horário que lhes é estipulado e que contempla tempo lectivo e horas não lectivas. Preparação de aulas, elaboração de fichas de trabalho, fichas de apoio, testes de avaliação, correcção de trabalhos e dos testes, reuniões de avaliação, reuniões com encarregado de educação… Todo um leque de trabalho “extra aulas” e que, garanto, ocupa muito além das horas de trabalho previstas e, lamentavelmente, poucos serão os que reconhecem e usufruem de todo este empenho.
Por isso, espero que os nossos professores tenham aproveitado pelo menos o dia do trabalhador para descansar de toda a pressão.