Contos de 3º Grau por Sílvio Gama (3ª Parte) - A Médica...

15º Episódio...

15º Episódio - A Médica em Contos de 3º Grau por Sílvio Gama...

Contos de 3º Grau

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Título: A Médica... (15ª Episódio) - 3ª Parte


            

1ª - Filipe Oliveira    2ª - José V. Faria    3ª - Sílvio Gama

       

    

 

1ª Parte por  Filipe Oliveira- Dia 1 

    

 

A doutora Joana Vaz  olhava com apreensão para a imagem no ecrã da máquina de ecografias.  
- Está tudo bem, doutora? Perguntava o pai com um sorriso nervoso.  
-Sim, sim, não se preocupe, está tudo bem. Acho apenas curioso…está tudo bem de mais. Todas as medições que fiz, comprimento do fémur, perímetro cranial, translucência da nuca,…etc, batem certo, à décima de milímetro, com o valor médio esperado. Nunca me tinha acontecido tal coisa. Fiz mais de 20 medições e aconteceu isso mesmo com todas elas… parece bruxedo…  
- Bem, disse a mãe, então é um bebé mais que perfeito, não é doutora?  
- Sim, podemos ver isso assim, se quisermos…É espantosa uma tal coincidência…  
No final do seu longo dia de trabalho, a doutora Joana vestiu o casaco e preparou-se para sair. Olhou furtivamente para o relógio. Eram 18h00. Em ponto: o ponteiro dos segundos separava ostensivamente os dois algarismos que compõem o número 12. 18 horas, a sua hora teórica de saída… 


2ª Parte por José Veiga de Faria - Dia 6

 

Teórica…mas hoje sentia-se perplexa e alarmada. Estava cheia de problemas pessoais e agora este sinal do além que não sabia se era para ela ou para o bebé! Pegou numa pequena chave, abriu um armário de parede e tirou um copo e uma garrafa de whisky. Sentou-se, encheu o copo e bebeu-o de um trago. O edifício psíquico estava a colapsar… Levantou o auscultador, digitou uma extensão e disse com brevidade:  - Seabra podes dar aqui um salto? 
Seabra era um conhecido antropólogo seu amigo que estava a fazer um trabalho no hospital. 
Minutos depois a porta abriu-se e um indivíduo alto, com ar de pessoa afável e habituada a refletir, entrou apreensivo. – Então Joana o que se passa? Joana contou-lhe o ocorrido com a ânsia de quem precisa de ajuda. Seria bruxaria? perguntou. 
- Sabes, tu estás a passar um período complicado da tua vida. Não estou a dar-te novidade nenhuma se te disser que em situações de grande perda podemos ser levados a imaginar que há forças exteriores ou sobrenaturais conduzem os acontecimentos: e, quiçá, depois imaginar que aplacando-as ou conquistando-as podemos induzir um curso de acontecimentos favorável. É a minha área como tu sabes. Já viste se as médias estão em centímetros?


3ª Parte  Sílvio Gama - Dia 11

 

- Que interessa se estão em centímetros ou milímetros? – perguntou-lhe Joana, atormentada subitamente pelo rosto de Marco, o seu único filho, que perdera nove meses antes. 
Marco era um brilhante finalista de engenharia de gestão industrial e contraíra uma doença grave aquando do seu passeio de finalistas à Turquia. Poucos dias após o seu regresso a Portugal, fora acometido por uma febre altíssima, acompanhada de enjoos frequentes, que o levaram a ser hospitalizado. Falecera após 4 meses em coma. A mãe nunca mais fora a mesma. Durante o período de coma do filho, dizia a quem a pudesse ouvir: “Que médica sou eu, se nem salvar o meu próprio filho posso?”
No hospital, logo após a morte do filho, instalara-se um mal entre os seus colegas, que começavam a achá-la incapaz de continuar a desempenhar as suas funções. Felizmente, aos poucos, Joana lá se foi recompondo. Ao mesmo tempo, uma sensação de precisão cirúrgica, começou a invadi-la. 


4ª Parte por  Paulo Correia - Dia 16

 

5ª Parte por Carlos Marinho - Dia 21

 

 6ª Parte por José Carlos Santos - Dia 26

FIM 


 

Publicado/editado: 11/05/2014