Título: O Agente Triplo... (16ª Episódio) - 3ª Parte
1ª Parte por José Veiga de Faria - Dia 1
Um vulto alto, de cabelos grisalhos, barba de dias, envolto num sobretudo gasto, com ar de alguém abandonado pela vida, caminhava firme sobre o empedrado duma escura rua da Cidade Velha em Praga. Aconchegou o cachecol para conter o frio da noite. À medida que avançava uma sucessão de episódios da sua vida desenrolavam-se na sua mente ao ritmo do matraquear dos seus passos: a formação brilhante em Matemática em Cambridge, o contacto e depois a entrada para o MI5, a forma inesperada como de repente teve acesso a informações TOP SECRET que nunca era suposto ter conhecido, o conjunto estranho de circunstâncias que o lançaram num desespero financeiro, o contacto do KGB e a venda de informações, a expulsão dos Serviços Secretos Britânicos, a desagregação da família e o abandono dos amigos, o isolamento e o álcool e finalmente o bilhete debaixo do tapete da entrada que o lançou para aqui.
No papel apenas estava escrito à máquina (parecia que tinha sido escrito por várias máquinas): Stare Mesto Café X.
Parou diante de uma porta que escoava uma luz esbranquiçada, empurrou-a, entrou e tentou discernir em redor através do denso fumo no ar.
2ª Parte Sílvio Gama - Dia 6
“Johnny! Johnny!”, alguém o chamou discretamente de um canto escuro do café- “Chamo-me Carlos Silveira...”
Seguiu-se uma troca de palavras que funcionou como reconhecimento de que estavam perante a pessoa certa. Ambos relaxaram depois; Carlos tomou a palavra:
“Vamos ter de adiar a nossa conversa para daqui a duas horas.”
“Porquê? O que aconteceu?”
“Era suposto o meu contacto, em Lisboa, ter-me ligado há uma hora, mas teve uns problemas com a polícia...”
“Que lhe aconteceu?”, perguntou Johnny como que a adivinhar sarilhos.
“Imagine! Ele ia a conduzir na autoestrada, direção Porto-Lisboa, a duzentos e vinte quilómetros por hora e a polícia mandou-o parar por excesso de velocidade. Disseram-lhe que, por lei, só podia ir, no máximo, a cento e vinte. Este tipo de lei é um verdadeiro atropelo à vida de um cidadão. Deviam acabar com estas medidas restritivas ou, então, escolher os polícias por critérios mais rigorosos.”
Ignorando o despautério, Johnny despediu-se, combinando encontrar-se duas horas depois. Ao retirar-se, ainda conseguiu ouvir Silveira dizer: “Na Alemanha, há as autobahn...”
3ª Parte por Paulo Correia - Dia 11
Quando Johnny saía do café, uma senhora com uma aparência discreta, mas muito interessante caminhou junto dele e deu inicio à conversa com as banalidades do costume, o tempo, a crise, a economia... A experiência de Johnny, a sua incapacidade para acreditar em coincidências só aumentaram a sua curiosidade.
Enquanto caminhavam, Johnny e a senhora que se identificou como Mia, avistaram um jardim onde reinava um caos de crianças em grandes correrias - o sítio ideal para uma conversa discreta. Sentaram-se num banco isolado, e a senhora, antecipou a encomenda do Silveira.
Johnny deveria intermediar um conjunto de resultados combinados no mundial de futebol.
Mia, não tencionava interferir no processo... apenas reunir provas documentais da transação.
Johnny ganharia ainda mais, e Mia dava garantias de que nunca seria ligado à fuga de informação...
Falta agora menos de uma hora para voltar a encontrar-se com o Silveira...
4ª Parte por Carlos Marinho - Dia 16
5ª Parte por José Carlos Santos - Dia 21
6ª Parte por Filipe Oliveira- Dia 26
FIM