Contos de 3º Grau - O Agente Triplo por José Carlos Santos...

Contos de 3º Grau...

Contos de 3º Grau por José Carlos Santos (5ª Parte) - O Agente Triplo...

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Título: O Agente Triplo... (16ª Episódio) - 5ª Parte

     

       1ª- José V. de Faria    2ª Sílvio Gama     3ª Paulo Correia      4ª Carlos Marinho  5ª José Carlos Santos

  

   

 


1ª Parte por José Veiga de Faria - Dia 1

 

Um vulto alto, de cabelos grisalhos, barba de dias, envolto num sobretudo gasto, com ar de alguém abandonado pela vida, caminhava firme sobre o empedrado duma escura rua da Cidade Velha em Praga. Aconchegou o cachecol para conter o frio da noite. À medida que avançava uma sucessão de episódios da sua vida desenrolavam-se na sua mente ao ritmo do matraquear dos seus passos: a formação brilhante em Matemática em Cambridge, o contacto e depois a entrada para o MI5, a forma inesperada como de repente teve acesso a informações TOP SECRET que nunca era suposto ter conhecido, o conjunto estranho de circunstâncias que o lançaram num desespero financeiro, o contacto do KGB e a venda de informações, a expulsão dos Serviços Secretos Britânicos, a desagregação da família e o abandono dos amigos, o isolamento e o álcool e finalmente o bilhete debaixo do tapete da entrada que o lançou para aqui.    
No papel apenas estava escrito à máquina (parecia que tinha sido escrito por várias máquinas): Stare Mesto Café X.    
Parou diante de uma porta que escoava uma luz esbranquiçada, empurrou-a, entrou e tentou discernir em redor através do denso fumo no ar.


2ª Parte  Sílvio Gama - Dia 6


“Johnny! Johnny!”,  alguém o chamou discretamente de um canto escuro do café- “Chamo-me Carlos Silveira...”   
Seguiu-se uma troca de palavras que funcionou como reconhecimento de que estavam perante a pessoa certa. Ambos relaxaram depois;  Carlos tomou a palavra:   
“Vamos ter de adiar a nossa conversa para daqui a duas horas.”   
“Porquê? O que aconteceu?”   
“Era suposto o meu contacto, em Lisboa, ter-me ligado há uma hora, mas teve uns problemas com a polícia...”   
“Que lhe aconteceu?”, perguntou Johnny como que a adivinhar sarilhos.   
“Imagine! Ele ia a conduzir na autoestrada, direção Porto-Lisboa, a duzentos e vinte quilómetros por hora e a polícia mandou-o parar por excesso de velocidade. Disseram-lhe que, por lei, só podia ir, no máximo, a cento e vinte. Este tipo de lei é um verdadeiro atropelo à vida de um cidadão. Deviam acabar com estas medidas restritivas ou, então, escolher os polícias por critérios mais rigorosos.”   
Ignorando  o despautério, Johnny  despediu-se, combinando encontrar-se duas horas depois. Ao retirar-se, ainda conseguiu ouvir Silveira dizer: “Na Alemanha, há as autobahn...” 

  

3ª Parte por  Paulo Correia - Dia 11

 

Quando Johnny saía do café, uma senhora com uma aparência discreta, mas muito interessante caminhou junto dele e deu inicio à conversa com as banalidades do costume, o tempo, a crise, a economia... A experiência de Johnny, a sua incapacidade para acreditar em coincidências só aumentaram a sua curiosidade.  
Enquanto caminhavam, Johnny e a senhora que se identificou como Mia, avistaram um jardim onde reinava um caos de crianças em grandes correrias -  o sítio ideal para uma conversa discreta. Sentaram-se num banco isolado, e a senhora, antecipou a encomenda do Silveira.  
Johnny deveria intermediar um conjunto de resultados combinados no mundial de futebol.   
Mia, não tencionava interferir no processo... apenas reunir provas documentais da transação.  
Johnny ganharia ainda mais, e Mia dava garantias de que nunca seria ligado à fuga de informação...  
Falta agora menos de uma hora para voltar a encontrar-se com o Silveira...


4ª Parte por Carlos Marinho - Dia 16

 

Johnny estava cansado. Foi para o hotel. Leu, entretanto, que um ex-ministro se iria reformar em Portugal aos 60 anos, recebendo uma reforma milionária mais uma uma indeminização de cerca de 4 milhões. Recordou o seu pai, um notável professor de matemática, depois de trabalhar uma vida inteira, reformou-se com 65 anos, com cortes que lhe levaram metade da pensão. Não foi há dias que a reforma subiu para 67 anos...interrogou-se. Estava furioso... 
Enquanto espumava de raiva, recebeu 5 chamadas. Foi à sua mala, pegou no martelo de bater os bifes que trazia sempre que viajava, fez pontaria e, com uma cacetada certeira, desfez o telemóvel de 1000 euros. Era uma das suas terapias preferidas. Só “sobreviveu” o cartão...  
Sentou-se no sofá, enquanto colocava o cartão num novo telemóvel topo de gama, com nostalgia, recordou os tempos difíceis de infância, da faculdade e, até do basquetebol... 
Johnny tinha alcunha de “Agente Triplo” entre os amigos, uma vez que era fã dos filmes do 007-James Bond e era um excelente lançador de longa distância... 
De repente, toca o telemóvel. Era o anormal do Silveira... 


5ª Parte por José Carlos Santos - Dia 21

“Johnny” — disse Silveira — “o meu contacto já chegou. É melhor retomarmos a conversa.” Silveira concordou e regressou ao café. Encontrou Carlos Silveira no canto escuro onde estava da vez anterior, mas desta vez acompanhado por outra pessoa. Era um homem baixo, de óculos e ar severo, que disse, com sotaque brasileiro, chamar-se Maurício.

Depois das apresentações, Maurício explicou ao que vinha: precisava da ajuda de Johnny para fixar alguns resultados no mundial de futebol. Felizmente, Johnny já tinha experiência suficiente destas coisas para não trair nenhuma surpresa. Maurício começou a entrar em detalhes, enquanto Johnny pedia alguns esclarecimentos e Silveira se remetia ao silêncio. Acabou por ficar tudo combinado e Johnny regressou ao hotel. O que é que havia de fazer? Havia a proposta de Maurício, que era só moderadamente bem paga. E havia a de Mia, que era mesmo muito bem paga. Só que Johnny não sabia nada dela, enquanto Maurício tinha o aval de Silveira. Qual é que deveria escolher? Ou não devia optar por nenhuma?


6ª Parte por  Filipe Oliveira- Dia 26 

    

 


FIM 


 

Publicado/editado: 23/06/2014