Joana Schenker, campeã mundial e tetra campeã nacional e europeia de bodyboard é a entrevistada do clube spm de dezembro de 2017. O Clube SPM foi na crista da onda, de prancha na mão, sem meter água, fomos conhecer a melhor atleta de bodyboard do mundo. A infância feliz, a origem do nome Schenker, a paixão pelo bodyboard, o apoio da família, o futuro no horizonte e, claro um belo mergulho na matemática. Uma bela prenda de Natal antecipada que pode navegar aqui com a garantia que esta entrevista é por definição um mar de rosas...
A sua infância foi uma boa onda?
Tive uma infância muito boa, cresci na Costa Vicentina, num meio natural, muito ligada á natureza, com imensa liberdade. A minha infância moldou certamente a minha personalidade e a maneira como vejo o mundo.
O nome Schenker tem origem em...
Schenker é um nome alemão, ambos os meus pais são alemães que vieram para o Algarve há mais de 30 anos. Tenho dupla nacionalidade alemã e portuguesa.
Estudar matemática foi um mar de rosas?
Confesso que matemática não foi o meu forte, acho que tinha a ver com o facto de para saber matemática não basta estudar na véspera do teste, e esse sempre foi o meu método de estudo preferido.
Fotografia de Francisco Pinheiro
Escolheu o bodyboard porque é um desporto que...
Comecei por influência dos meus amigos, pois na zona de Sagres o bodyboard é uma modalidade muito forte e a grande parte dos jovens fazem bodyboard. Para além disso o contacto com o mar e a sensação única de surfar a onda em cima de uma prancha de bodyboard tornaram-me numa apaixonada pela modalidade.
Em que situações é que um atleta de bodyboard pode meter água...
Existem vários aspetos importantes a considerar quando estamos a surfar, nomeadamente a segurança, não exceder as nossas capacidades, a maneira de estar no pico com os outros praticantes ou seja respeitar as regras de boas práticas do bodyboard e surf, manter sempre a praia limpa…
Fotografia de Ricardo Alves
A Joana é uma das melhores do mundo nesta modalidade. Como é que se consegue chegar a este nível?
É preciso gostar mesmo de fazer bodyboard, pois não é um caminho fácil. Treinar bastante, passar muitas horas na água, ser persistente, pois o sucesso não é imediato, aceitar as derrotas e encara-las como incentivo para fazer melhor. Desafiar o medo, pouco a pouco. Viajar e aprender a surfar ondas diferentes também é importante.
Foi tetra campeã europeia...
Este ano acabou por ser o ano perfeito, tetra nacional, tetra europeu e…
Em outubro deste ano foi campeã mundial. O que sentiu com esta grande proeza?
Para mim foi um sonho realizado, claro que tenho a noção que este título representa os 16 anos dedicados à modalidade. Também senti um orgulho enorme de poder trazer um título mundial para o bodyboard português que tanto talento tem e que já merecia esta distinção.
A sua família é uma prancha importante porque...
A minha família sempre me apoiou incondicionalmente desde o início. A minha mãe foi incansável a levar-me a praia todos os dias. O meu namorado e treinador é a pessoa que mais de apoia, todo o meu sucesso também é fruto do trabalho dele.
No horizonte longínquo o que se vê a fazer quando deixar a elite mundial?
Vejo-me sempre ligada à modalidade de alguma forma. Também tenho uma grande paixão pela culinária vegetariana e sempre tive a ideia de um dia ter o meu restaurante vegetariano.
Fotografia de Francisco Pinheiro
O matemático húngaro Alfred Rényi disse que "quando estou infeliz trabalho matemática para ficar feliz. Quando estou feliz, trabalho matemática para me manter feliz". O que faz a Joana feliz?
A coisa que me faz mais feliz é ter o privilégio de poder desfrutar das ondas do lugar onde vivo, poder partilhar esses bons momentos com os meus amigos e fazer disso a minha vida. Um dia de ondas boas em Sagres com os meus amigos é a coisa que mais me deixa feliz.