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E a matemática pediu namoro à poesia, mostrando-lhe todas as suas qualidades que passavam por sinais aritméticos de riqueza, campos cheios de raízes quadradas e um coração infinito, onde cabiam todos os números perfeitos, como convém a quem se quer apaixonar. Ela, a poesia, achou-lhe graça. Encontrou-lhe alguma métrica e deixou-se deslizar em hipérboles que sendo linguísticas a levaram a exageros que nem o teorema de Pitágoras conseguira resolver. As incógnitas desta relação eram muitas, atendendo às suas personalidades ímpares, com números primos à mistura. Foram vivendo numa matriz de entendimento construída por rimas pouco lógicas e amores em fracções de denominador comum que sustentavam médias de paixão numa POEMÁTICA difícil de teorizar…
Nuno Guimarães - ex-engenheiro, leitor de Português nas Universidades de Vilnius e de Vytautas Magnus (Kaunas), com manias de poeta…
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1 poema atrapalhado……. escrito em cima do tempo2 mãos em debandada……. voando por um corpo incerto3 horas de chuva intensa……. deixando a alma encharcada4 cerejas no prato……. sobremesa rejeitada5 dedos que eu esqueço……. por serem da mão esquerda6 estrelas que reconheço……. serem minhas aliadas7 jornadas levadas……. por pensamentos insanos7 dias sem os santos……. num Junho perdido na estrada7 colheres de areia……. dum castelo, de uma praia7 contos, são de fadas……. que já não são encantadas7 palavras cruzadas7 minutos de sono7 anjos já sem guarda....... pairando nas bermas do céu……. esperando pelas contas……. que o poeta escreveu
Artigos de meses anteriores:
Artigo poemática de Maio - "Uma questão de Coração"
Artigo poemática de Fevereiro - "as operações do amor"
Artigo poemática de Janeiro - "Números em Catadupa"
Artigo poemática de Dezembro - "Uma progressão de Natal"
Artigo poemática de novembro - "Números de Outono"
Artigo poemática de outubro - "Teorema dos Amor dos Conjuntos Infinitos"
Artigo poemática de setembro - "As Contas Todas"