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Distâncias (quase) infinitamente grandes e distâncias (quase) infinitamente pequenas estão intrinsecamente relacionadas no Universo de que fazemos parte e que aos poucos vamos tentando conhecer melhor. Nesta rubrica escreverei algumas palavras, e números (!), sobre o Universo que vemos quando olhamos para um céu estrelado numa noite límpida. Uma modesta contribuição para ajudar a reflectir sobre a nossa posição no contexto cósmico.
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Olhamos para uma estrela, e ela cintila. A cintilação é produzida à medida que a luz atravessa a atmosfera terrestre e é devida ao constante movimento turbulento do ar. Quando se trata de observar objetos celestes, a cintilação representa, em geral, um problema, pois degrada a qualidade das imagens obtidas.
Sistemas óticos avançados são utilizados para, em tempo real, compensar o efeito da atmosfera e reduzir muito significativamente a cintilação. Estes sistemas, designados por ótica ativa, necessitam de uma estrela muito brilhante muito próxima do objeto que se pretende observar. Uma vez que não existem estrelas brilhantes em todos os locais do céu, foram desenvolvidas técnicas que permitem produzir estrelas artificiais a partir de um raio laser “disparado” na direção do local do céu que se pretende estudar.
Na imagem que escolhi para este mês vê-se um raio laser a ser “disparado” em direção ao céu por um dos telescópios do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO). Informação adicional pode ser obtida em www.eso.org/public/images/vlt-brunier-nuit.
O ESO, organização que constrói e opera um conjunto dos telescópios terrestres mais avançados do mundo (www.eso.org/public/portugal), comemora este ano 50 anos de existência. Desde julho de 1990, e durante cerca de dez anos, através de um acordo de cooperação entre o estado português e o ESO, Portugal teve um estatuto de país observador, o que foi crucial para o desenvolvimento da Astronomia em terras lusas. Portugal é um Estado Membro do ESO desde dezembro de 2000.
A exposição “Um Universo Deslumbrante” (www.universodeslumbrante.pt), constituída por uma galeria de 50 imagens de grande formato e visualmente deslumbrantes, do Cosmos e de infraestruturas que nos permitem estudar o universo, celebra os 50 anos daquela organização devotada à ciência e tecnologia, e está patente no edifício do Planetário do Porto e do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto desde 28 de setembro e até 24 de novembro, e estará no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa de 8 de fevereiro a 5 de maio.
Não perca a
oportunidade!