Escrevo hoje sobre uma evidência: o diretor (de uma escola, de um agrupamento) é importante, mas sozinho nada pode. Aliás, um diretor que queira também ser líder, precisa de liderados (pois não há líderes sem liderados).
Os poderes reais do diretor não estão no Decreto-Lei 75/2008. Estão lá as competências e atribuições formais. Está lá inscrito o organograma da organização. Está lá a autoridade meramente formal.
Os poderes reais residem na interação. Na capacidade de influência, convencimento e de mobilização. Os poderes reais residem na cultura organizacional, no sentido do trabalho, na colaboração voluntária gerada pelas inteligências acesas de todos os que são o corpo e alma das organizações.
O poder real será tanto maior quanto mais for distribuído e partilhado. Porque o poder é sobretudo aprovação e reconhecimento. Seguindo Eugénio de Andrade: quanto mais te dava mais tinha para te dar. O poder que se partilha numa escola é fonte de um crescimento coletivo, de uma afirmação da possibilidade de uma mudança positiva.
Precisamos de fazer esta aprendizagem fundamental. Sobretudo neste tempo de orfandade. Em que precisamos de lideranças inspiradoras e gratificantes. De lideranças que confortem e reconfortem. Que vejam claro o horizonte e acendam o desejo de ver. Os caminhos serão mais fáceis (ainda que muito exigentes) e os resultados tenderão a não resistir a vontades cada vez mais alicerçadas na força coletiva.